sexta-feira, 10 de julho de 2015

Fim do infinito




O corpo é a casca
que esconde a complexidade da essência


Agora
Vejo o irrealismo
        a ilusão
        o inimaginável
que é te entender


Ser de consciência infinita
           existência incompreendida
           inteligência surreal


Tu és gênio
Tu és amado em demasia
Tu és mágico do complexo
que preenche o infinito


Entendê-lo irei
assim que atingir o limite do universo
e libertar todos os escravos do mundo


Gênio complexo e indomável



Farsa existencial



Meu sapato não é de cristal
Minha roupa não é de seda
Sou uma farsa
       uma farsa existencial


Finjo ser
E por não ser o que finjo
Sou uma farsa
       uma farsa existencial


Acordo todos os dias
e sei que vou fingir mais uma vez
Fingir que sou feliz
           que sou honesta
           que sou inteligente
           que sou amada
           que sou real


Sou uma farsa
       uma farsa existencial



Figura da noite




Da tua boca sai o som mais lindo
E do teu corpo o cheiro mais perfeito
Tua forma sensual
abala meus sentidos


Figura da noite!
Leve-me contigo


Não irei resistir
aos teus chamados convidativos
ou as tuas investidas profundas


Relaxo
pois sei que serei a mulher mais feliz
e o ser mais completo
dessa Terra infernal


Toquei-te
E após tal contato
Minha existência entendeu sua missão
Te servir, meu Lorde!


Sou tua
faça o que quiser com meu corpo
pois minha alma já pertence a ti



Corro



Sou covarde
Tenho medo da vida
Se cair
Não conseguirei levantar


Por isso
Corro
Corro para afastar tudo que me leve a você
Corro para longe


Pois
Tu és fagulha do paraíso
Me faz querer viver
Mas sei que se cair
Não conseguirei levantar


Por isso
corro
Corro para longe de ti
e para longe de todas as suas perfeições


Existência atormentada
pelos teus olhos brilhantes
                           convidativos


Por isso
corro


A Viagem



Eu viajo
O barco é velho
                 pequeno
Estou sozinha
          solitária
Mas eu continuo indo em direção ao mar
porque o que procuro ainda não encontrei


A água é cristalina
Tão bonita!
O céu tão azul
Eu vejo tudo
             todas as pessoas
Mas o meu ser ainda esta incompleto
                                          sem sentido


Apenas existo
E naquele barco
Percorro os oceanos
Em busca da completude


Em meio a tanta beleza
Minha alma ainda continua pálida
E minha vida
pacata


Então
Permaneço no barco
Procurando o caminho certo


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Mundo onírico




Eu enterro os meus sonhos
no vazio
pois sei que eles não se realizarão


Eu choro
enquanto o destino
                   destruidor das esperanças
ri da minha desgraça


Eternidade cruel
Mais fétida que a melena dos outros
e mais negra que os olhos do universo sem luz


Eu choro
pois sei que você não se importa
com a frequência dos meus pesadelos
ou com a beleza dos meus sonhos


Mesmo em estado onírico
eu vejo a sua imagem
Que tormento sem fim!
Não posso mais continuar
A esperança deve ser exterminada


Esquecei-vos
Todos vocês que me fazem perder a concentração nos feitos mais comuns


Inclusive você
Ser pensante
cuja estranheza invade meus sonhos
                                  e meus pesadelos



Chernobyl



Eu quero te amar
Mas algo me impede
Jesus
Judas
Em quem confiar?


Amor é loucura infinita
Devo entrar?
Bato na porta e ninguém responde
O lobo mau já comeu a vovózinha,
                                       não pode largar a refeição
                                       para abrir a porta


Onde conseguir a resposta?
Amar?
Ou não amar?
Gostar, adorar, admirar já fazem parte do cardápio


Quero batatas assadas
Enquanto eu, ser pensante, encaro a pergunta substancial


Amar?
Ou não amar?


Você vale tudo isso?
Ou é apenas outro ele
que me decepciona e vai embora
                                         embora para Chernobyl
                                         terra dos alucinados